Teatro: Origem e Legado - 22/07/2009
Conforme alguns relatos, Téspis fora a pessoa que ousou em meio aos tributos reservados ao deus Dionísio se ornar com uma máscara envolta a cachos de uvas e se autodeclarar, em praça pública, o deus Dionísio, possibilitando assim a transformação do sagrado em profano e do ritual em teatro.
Nos famosos festivais de teatro de Atenas, berço do teatro e de tantas influências ocidentais, todos os papéis eram desempenhados por homens que para interpretar personagens femininos faziam uso de máscaras desse gênero.
Podemos dizer que os gregos antigos foram os primeiros a perceber que o sucesso da dramaturgia se fazia a partir da capacidade do público se identificar com os personagens; com as narrativas e estórias que passaram a ser pensadas com base nessa relação entre o universo teatral e o real.
Para Aristóteles, ao experimentar sentimentos intensos e episódios trágicos, por meio do teatro e das representações que nele se desenvolvia, esperava-se que as pessoas refinassem as próprias emoções e desejos. As peças, mais ainda, faziam os espectadores refletir sobre as dificuldades e problemas inerentes à espécie humana, como a natureza do destino e conflitos de cunho humano-social. Assim, os dramaturgos tanto por meio da tragédia ou da comédia discutiam temáticas que interessassem a cidade, satirizando o governo e/ou as mazelas da sociedade tipificada como “democrática”.
Isso é o que nos possibilita afirmar que um dos grandes legados da arte teatral grega para o Ocidente moderno/contemporâneo e para a nossa realidade teatral, a realidade do GRUTAS, se encerra na reflexão social, na liberdade de expressão e na representação do cotidiano a fim de despertar na espécie humana maior sensibilidade, criticidade e humanização da mesma.
Por Paulo Felipe - GRUTAS